O que eu penso sobre (ou porque eu odeio) o “Orkut” e o “Orkutês”
Antes de mais nada, gostaria de compartilhar a minha repulsa sobre esta expressão utilizada por vários escritores e comunicadores, alguns inclusive, muito renomados. No entanto, ainda que exista, essa expressão é no mínimo ridícula e inútil, pois é óbvio que antes de nada não exista nada, e antes de mais nada........menos ainda. Substituamos então, a expressão por “em primeiro lugar”.
Então, em primeiro lugar, gostaria de me expressar a respeito dessa comunidade, ou seja lá o que for, denominada “orkut”.
O primeiro contato que tive com o “orkut” foi através de um e-mail na minha caixa de entrada de e-mail´s, no qual uma amiga minha me convidava a fazer parte desta comunidade, se é que podemos assim chamar. Para tanto, eu necessitaria preencher esse convite com alguns dados meus.
Sem saber por certo do que se tratava e por ser a internet lenta, resolvi deixar para depois, tendo assim, tempo para descobrir algo mais sobre esse tal “orkut”.
Meu interesse (ou minha curiosidade) sobre o assunto, me fez entrar na página do orkut do meu marido. Tá bom vai, com a consciência pesada eu confesso que devo ter entrado para bisbilhotar o que havia por lá, já que eu sabia qual era a senha.
Foi aí que tomei conhecimento de como funcionava o até então misterioso orkut. Descobri que ele (meu marido) estava ligado a 6602288 pessoas através de um contato direto com 70 amigos, sei que esse número já deve ter mudado. Pasmem: Fiquei insatisfeita em bisbilhotar sua vida e resolvi bisbilhotar a vida de seus amigos, a dos amigos dos seus amigos, a dos amigos dos amigos dos seus amigos, a dos amigos dos amigos dos amigos dos seus amigos.... e assim, eu perdi mais de uma hora e meia, bisbilhotando e bisbilhotando a vida de quem eu jamais ouvi falar antes. Foi um horror!!!!!!!!!! Mas à partir daí, eu já não mais estava com a consciência pesada, pois percebi que aquilo era um “negócio” que podia ser bisbilhotado por qualquer um, eu não tava fazendo nada errado, há menos é claro, entrar no orkut dele... com a senha dele...
Estava decidida!!! Eu não queria montar um centro de bisbilhotagem e invasão de privacidade pra mim.
Afinal de contas existe o Messenger no qual eu posso conversar em tempo real com aqueles que eu quiser incluir na minha lista. E NINGUÉM MAIS!!!!!!!!!!!
O outro ponto que me indigna é a linguagem usada para o tipo de conversa através do orkut e do messenger por mim chamados de “orkutês” e “messengerês” nomes tão ridículos quanto à forma de conversar através desses meios.
Não fosse o contexto da frase, talvez eu não conseguiria entender quando, conversando pelo MSN (vou falar sobre as abreviações também), me deparei com a palavra “Naummm”. Percebi após ler novamente a frase que a pessoa queria dizer “não”.
Não compreendi porque trocar três letras por quatro seria mais eficaz para a conversa. Associei então, a expressão “aum” à mudança de palavras terminadas por “ão” como: “naum / não”, “entaummm / então” e outras mais.
Ao tentar expressar minha ignorância sobre tal acontecimento, fui informada que era por causa dos acentos que mudariam a palavra dependendo do computador, ou simplesmente porque “dá mais trabalho”. Tudo bem, mas será então que escrever “NAO” (sem o til) não seria menos feio e errado que naum?????? Sei lá, eu penso assim.
E quanto às abreviações??? Eis algumas que li recentemente: tb “também”; pq “porque”; vc “você”; Blz “beleza”; obgda “obrigada”; ak que para mim não passa de uma junção da vogal “a” mais a consoante “k”, ou seja, “nada” - mas quer dizer “aqui”. Que horror!!!!!! qdo quer dizer “quando”, “bjao” quer dizer beijão, “fds” (achei que fosse palavrão, mas era apenas “fim de semana”), prático né? Mas é horrível escrever tanta coisa errada simplesmente para privar-se de apertar duas ou três teclas a mais.
Escrevendo esses dois últimos parágrafos, não consegui deixar de pensar em duas coisas: no futuro das crianças que estão aprendendo a escrever da seguinte forma: “oi td bem c/ vc? Eu naum to muinnnnnto legal entaum naum vo jogar com vc hj, vou ficar aki. Blz? Bj, obgda. (sem exageros!!!!!!!!!!!)
A segunda coisa que pensei foi nos velhos tempos em que para nos comunicar com nossos amigos, perdíamos horas colorindo cartas e escrevendo da melhor maneira possível com direito até a “passar à limpo”. Depois, colocávamos no correio e esperávamos dias, semanas, e até meses para recebermos outra com a resposta........ e o melhor de tudo sobrevivemos a essa “Era”, não é fantástico?!?!?!?!?!?!.
Então, na era da conversa “on line” em tempo real é tudo tão fácil, mas como bons brasileiros que somos, queremos apenas facilitar ainda mais...................................
A cerveja faz 120 anos, mas meu pai morreu de cirrose aos 38.
