domingo, 26 de julho de 2009

DO BLOG DE ROXANE RÉ

Um em cada quatro homens da África do Sul já violentou uma mulher
Li a notícia no G1 e fiquei muito impressionada com os números. Um em cada quatro homens da África do Sul já forçou uma mulher a praticar sexo, segundo estudo do Centro de Pesquisa de Gênero e Saúde de Pretória. E cerca de 10% deles admitiram ter feito com jovens menores de 10 anos. Rachel Jewkes, uma das pesquisadoras à frente do estudo, explicou que o trabalho é importante para ajudar o país a prevenir os crimes. Mesmo com algumas das violações sendo denunciadas à polícia, o problema persiste. Apenas em 2007, segundo a polícia, foram registrados 52.617 casos em todo o país.A estimativa é de que ocorra um abuso sexual a cada 26 segundos. Segundo a Simelela, ONG criada em 2003 para dar apoio às vítimas de abuso sexual, na área que abriga entre um milhão e dois milhões de pessoas, 41% das mulheres que sofrem violação têm menos de 14 anos. De acordo com os registros da organização, a vítima mais nova tinha um ano, e a mais velha, 76. Na maioria dos casos, o inimigo está dentro da própria casa. Um em cada dez estupros é cometido por alguém da família e 40% dos abusos acontecem na casa da vítima. Em lugares abertos, ocorrem 35% dos casos.Como arma principal, os criminosos elegem a ameaça psicológica, presente em 65 % dos casos. Armas como facas, punhais e até tijolos são usadas em 41% dos casos. Outro componente muito comum é o estupro coletivo. Segundo a organização, um quarto dos casos envolve mais de um abusador. Para dar apoio às vítimas, a ONG tem um telefone 0800 e funciona 24 horas, sete dias por semana. O centro tem como objetivo educar a comunidade por meio de palestras, dar suporte aos sobreviventes, reduzir o trauma e prevenir o HIV.Por isso, as vítimas recebem, até 72 horas após o abuso, medicamentos anti-HIV, cuidados de emergência, assistência psicológica e incentivo à denúncia, visando reduzir a impunidade -menos de 30% dos abusadores são presos. Segundo a polícia, apenas 6,2% dos suspeitos de qualquer crime chegam à condenação. O uso do álcool e de drogas também está associado aos casos de violência sexual, segundo a pesquisa. A proporção é de um em cada três casos registrados. Segundo o estudo, os homens negros eram mais propensos ao estupro, ao lado dos de baixa renda mensal. Homens que viveram sem presença paterna também estavam entre os mais propensos a violar. Segundo a pesquisa, 54% dos entrevistados foram abusados e 40% foram abusados e abusaram.Outros consequências são exclusão social, trauma e depressão que atingem grande parte das vítimas. De acordo com o Unaids (Programa das Nações Unidas para Aids), há 2,5 vezes mais mulheres contaminadas do que os homens, justamente devido ao sexo forçado. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o sexo com violência freqüentemente pode provocar ferrimentos, o que facilita a entrada do vírus.Vou diretamente ao óbvio: isso é uma violação dos direitos humanos, uma vergonha para os governos, para homens, mulheres e crianças que lutam pela sobrevivência física e moral. Tanto trabalho pela frente como prevenir doenças, aliviar a dor das vítimas e o mais difícil, o trabalho de esclarecimento para que a mudança de comportamento aconteça.

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