quinta-feira, 4 de março de 2010

Por Geraldo Farias de Souza


GLOBO E VOCE: NADA A VER!

Ola. Envio-lhe o conteúdo de uma pesquisa – no forno na Pontificie Universidade Catolica do Rio de Janeiro. E a matéria da Istoe, da semana passada. Textos adaptados e com meus grifos. Ainda sobre o conteúdo das novelas no horário “pobre”.

Relações “amorosas” descartáveis são maioria em novelas, afirma pesquisa da PUC/RJ.“Ela foi casada cinco vezes. Primeiro com um italiano, depois com um português, mais tarde com um judeu, logo após com o mesmo italiano e, em seguida, com um japonês.” A julgar pela quantidade de casórios da sinopse, Safira, papel de Cláudia Raia em “Belíssima” (2005), está inserida na “modernidade líquida” – ela e boa parte dos personagens de 13 novelas que a Globo exibiu de 2000 a 2008 no horário nobre. É uma das primeiras conclusões do trabalho de doutorado do mestre em educação Marcus Tavares,... em andamento na PUC-Rio, ele categorizou os relacionamentos dos folhetins... Segundo o ranking, são 32 casos de “mais de um casamento ou relação estável”, seguidos por 29 “relacionamentos curtos e descartáveis, com filhos fora do casamento” e 20 histórias de “homens ‘conquistadores’ e mulheres ‘fáceis”.

A Moral dos Ídolos - Tavares se refere à formação de um “novo indivíduo, dono da sexualidade, destituída da função reprodutiva”. No ranking, há ainda 13 casos de “prostituição por prazer ou necessidade” e, empatados com 11 registros, “relações entre membros da família” e “extraconjugais ou estáveis com traição masculina”. Os números, apresentados no 1º Seminário Internacional de Classificação Indicativa (Brasília, 12/09), serão a base para discutir a influência das tramas em crianças. “O que se sabe em educação é que os modelos influenciam. Os ídolos são muito importantes”, diz Tavares. “Não estou sendo conservador ou defendendo a família tradicional. Mas precisamos saber de que forma a escola trabalha questões amorosas atuais que são reforçadas pela mídia”

Para Maria Immacolata Vassallo de Lopes, coordenadora do Centro de Estudos de Telenovela da USP,... “Desde que o gênero se abrasileirou, com ‘Beto Rockfeller’, [Tupi/1968] que era um malandro brasileiro, a novela passa a fazer parte da modernização do Brasil”. E, atualmente, diz, “o fluido é a própria condição da modernidade”...

Com 23 novelas no currículo (17 delas na Globo), o autor Lauro César Muniz defende que, além de atuar na modernidade, a dramaturgia ajuda a “organizar as relações”. “Os relacionamentos passaram a ser mais rápidos, e a TV tem a função positiva de organizar isso. Como a dramaturgia é orgânica e precisa se comunicar, tenta organizar isso de forma clara”. Para Muniz, “as crianças não sofrem tanto [os efeitos das novelas] quanto dizem os moralistas”. (Folha de São Paulo (31/01/10-E3).

Viver a vida é trair - A novela do horário nobre da Rede Globo é um elogio à infidelidade e quer fazer crer que a sociedade endossa a traição - Sobre “Viver a Vida”, novela da Rede Globo escrita por Manoel Carlos. Nela, a mola do dia a dia é trair. Amar é trair. O certo é trair. E o affair entre médico e paciente se torna mais esquisito e leviano porque alimenta não um triângulo amoroso próprio dos folhetins, mas, isso sim, um polígono de traições que o novelista, aos 77 anos, decidiu impor ao telespectador. Só há libido na trama se houver traição. Em “Viver a Vida”, o termômetro desse conturbado universo do desejo bate nos 40 graus do absurdo... O que está em jogo na crítica ao festival de traições de “Viver a Vida” não são posições moralistas, mas, isso sim, o elogio à perversidade...

Há, porém, um oceano a separá-los de Maneco, o novelista: eles jamais chegaram nem chegariam a tal ponto de banalidade. Na novela, trair e ser traído é o ato mais normal do mundo e ela pressupõe que a sociedade adote o adultério como padrão regular de comportamento. Com certeza, “Viver a Vida” traiu a si mesma: os índices do Ibope despencam. É a pior audiência do horário nos últimos dez anos... A professora de dramaturgia da USP Renata Pallottini acredita que o excesso de relações extraconjugais afaste mesmo o público: “Pode ser que uma boa parte da audiência esteja reagindo a essas manifestações de leviandade.” Manoel Carlos garante que “esse tipo de comportamento é bem mais comum do que pode parecer”. Estudo da UFRJ mostra que 60% dos homens e 47% das mulheres se confessam infiéis. A julgar pela inconstância dos personagens de Maneco, no entanto, ele deve crer que esses índices são bem maiores: em pouco mais de 120 capítulos, o novelista pôs na tela 13 casos de infidelidade... (Antonio Carlos Prado – IstoE, 14/02/10).

O (G)lobo mau esta devastando as familias. Enquanto os profetas se calam, as pedras clamam. Viver a vida e seguir Filipenses 2.15 e 4.8. Em Cristo,

Geraldo Farias de Souza – Pastor da IB Selecta/SBC e Psicologo Clinico

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